19 setembro 2010

Angola - #2.2

Após o almoço em Cabo Ledo o programa de festas previa a visita ao interior do Parque Nacional da Quissama. Ou da Quiçama. Ou...

Se a estrada de Luanda a Cabo Ledo é nova, em asfalto, e até se faz a bom ritmo, os 110 km até Muxima são em terra...
Mas não são de uma terra qualquer. São de laterite, a tal terra avermelhada que cobre imensas extensões angolanas. É constituída por uma grande percentagem de óxido de ferro, daí a sua característica cor ferrugenta!
Sendo praticamente improdutivo, este solo é utilizado essencialmente para tijolos e como tapete de estradas, depois de esmagado em gravilha e bem compactado.

Como eu não gosto nada de conduzir em terra (não !-), e o meu sogro até sabe disso, a condução deste troço ficou por minha conta.
Numa estrada construída por chineses, alguma da sinalização é um pouco estranha, principalmente a que se refere às bermas. Umas bermas abruptas e outras nem por isso. Umas altas e outras baixas.
Embora fossemos a brincar com os desenhos nas placas, esta informação sobre as bermas é muito importante. Nas rectas circula-se bem a 110 km/h, mas nas curvas... nem por isso.
É que o piso é deslizante e o carro nas curvas vai a fugir às quatro.
Mas sempre, sempre, controlado!... ;-)
Oh pra mim a olhar para a loooonga recta à minha frente...



Onde está o Wally?
Melhor: onde estão os primatas Miopithecus talapoin?
Ou... em português: onde estão os macacos?

Estão ali! ;-)


Fotografar estes pequenos macacos, os Talapoins, habitantes naturais da Quissama, não é fácil.
Primeiro, são mesmo pequenos (qualquer coisa como do tamanho de um gato grandinho) e depois fogem a sete pés dos carros e das pessoas.
Segundo informação oficial, além dos talapoins também existem no parque palancas vermelhas, mas destas... nenhum de nós as viu.

O macaco da foto de baixo é apenas um pontinho preto junto ao tronco mais largo da esquerda, na direcção do dedo indicador da Mónica (em cima).
Apanhei-o, com a minha 135 mm! ;-)


Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
 
Curioso, que este é o refrão de um poema que me está na cabeça desde a infância.
Cantado pelos Duo Ouro Negro, Muxima era uma música que passava muito nas rádios nos finais da década de 70.
(até onde já se estendem as minhas memórias... ;-)
O autor do poema, Carlos Aniceto Vieira Dias, escreveu-o em Kimbundo, mas muito embora os dois músicos a tenham reescrito em bilingue, com umas estrofes em português, não foi isso que me fez fixar mais alguma parte da letra... ;-)
Até agora, o que significava, ou o que era Muxima, passava-me totalmente ao lado.
 
O registo da entrada na localidade de Muxima, atravessando a sua rua principal, com o antigo forte ao fundo, no topo do morro.
 

Muxima é uma pequena localidade com uma população residente também ela baixíssima.
No entanto, sendo um actual local de peregrinação, Muxima cresce por alturas de Setembro.
Não vi por lá grandes (aliás, nem pequenas) condições de acolhimento, mas acredito que lá afluam umas largas centenas de crentes em Nossa Senhora.
Mas é claro que os crentes por lá não são como os de cá (e se calhar até são...).
Primeiro, o aspecto visual. Reparem nos trajes das três devotas da fotografia seguinte. 
Depois, a própria forma de devoção, muito cenográfica, que mais se assemelha a um ritual de camdomblé...

À entrada (ou melhor, à saída) da antiga fortaleza, esta fotografia também tem a sua história.
Depois de perceber que a maioria dos angolanos não gosta que lhe tirem fotografias, passei (quase sempre ;-) a pedir permissão antes de lhes apontar a lente.
Estas mulheres começaram logo por dizer que não, que não queriam que a imagem aparecesse em Luanda... Quando lhes disse que não era para Luanda, mas para Portugal, já permitiram e até sorriram.
Não percebi!...


Ao procurar informações sobre Muxima na web percebi que a origem e história desta localidade, fortaleza e igreja, não é consensual.
Alguns documentos apontam para que Muxima tivesse começado por ser um entreposto comercial de bens agrícolas e humanos. No século XVI o que estava a dar era o comércio deste "ouro negro" para as américas. Por essa altura, aquilo que existia por lá era mais uma prisão e acampamento das tropas portuguesas.
A fortaleza, na sua entrada, tem a data de 1655 e o nome do capitão Francisco de Navaes. Isto já é uma data posterior ao domínio de N'gola, durante 5 anos, pelos holandeses...

Mas o que mais gostei foram mesmo as vistas do alto do forte.
O vale do Kwanza mais parece um verde oásis, de floresta tropical.
Pena, mais uma vez, o dia não estar muito favorável ao registo fotográfico...
De notar, os três barcos de pescadores, que permitem ter uma noção de escala da imagem.


A origem da igreja da Nossa Senhora da Muxima também está envolta em mistério.
A tal peregrinação actual é devida a um culto popular de uma aparição de Nossa Senhora (da Conceição), que tem correspondência com a própria imagem do altar da igreja.
No entanto, e aparentemente, não há registos da sua construção, pelo que há autores que apontam até para uma origem holandesa. Não me parece (...)
Construída mesmo em frente ao forte, esse garantidamente de origem portuguesa, e junto ao rio, deverá ter sido construída pelos ocupantes portugueses, numa tentativa de subjugar a população ao culto católico e a uma atitude mais dócil e controlável.

Quando por lá passamos a azáfama no interior da igreja era muita.
A época das festas aproximava-se...


Cá fora, no átrio, bem na margem do grande e poderoso Kwanza, as gentes rezavam, conversavam e... brincavam.
Afinal, era domingo.
Estes meninos, ao contrário do que vinha a ser normal, aproximaram-se de mim e da câmara.
Com as suas fisgas, estes dois irmãos acertavam em tudo o que se movesse.
;-)


Estavamos em África, mas a imagem seguinte também podia ser em Portugal:
"Não deitar lixo", está escrito na placa, mas ninguém a entende ou quer entender.
:-)

Para o outro lado, mais para a esquerda, o registo da imagem (se tivesse sido feito) é que dificilmente poderia ter sido feito em Portugal.
Homens a tomar banho na margem do rio, com um total despudor.
Foi a primeira vez que tal vi e achei estranho. Mas rapidamente deixou de o ser...


Já de regresso, a passagem pela ponte militar que ainda vai permitindo a passagem do trânsito, enquanto a nova ponte de betão, construída pela empresa portuguesa Teixeira Duarte, não entra em funcionamento.
Não me parece que falte muito...


De regresso a Luanda e ao hotel Presidente.
Para lá chegarmos, mesmo à entrada da capital, passamos pela estrada mais ... espatafúrdia, mais ... que já vi. Sem descrição ou qualificação possível!
Já era de noite, sem iluminação, pelo que também não há qualquer registo fotográfico.
Voltamos a passar lá outro dia. Pode ser que haja mais qualquer coisinha...

Para fechar, fica o registo nocturno da praça 4 de Fevereiro e do porto de Luanda.
O dia tinha sido longo e só apetecia mesmo era descansar.
Xixi e cama. :-))

13 setembro 2010

Angola - #2.1

No segundo dia de viagem por Angola, sendo domingo, resolvemos fazer como os Luandenses "d'alta gama": fugir do stress da grande cidade.
Assim, dirigirmo-nos a sul, a um dos locais propícios para o efeito, Cabo Ledo.

Para chegar a horas, qualquer coisa como chegar lá para almoçar, saímos do hotel relativamente cedo, às 10h. Mesmo ao domingo o trânsito podia estar complicado, mas, felizmente, a saída da cidade fez-se a bom ritmo.
Seguindo pela marginal, depois da baía, aparece a Praia do Bispo.
Continuando a deixar para mais tarde um post mais dedicado aos hábitos e costumes da população, não consigo deixar passar dois exemplos da desordem de Luanda.
... o azul exagerado destas imagens ficou a dever-se a um pequíssimo, ligeiríssimo, esquecimento ;-(...) combinado com o cacimbo, a tal neblina matinal que só desaparece por volta das onze, meio dia.
Ainda assim, o lodo e os detritos estão lá, bem visíveis, num dos locais mais aprazíveis da antiga capital.



Dos 120 quilómetros de estrada até Cabo Ledo, os primeiros 20 a 30 são feitos por entre milhares de pessoas, que emergem dos seus bairros de lata, ou musseques, como por lá se chamam.
Qualquer coisa serve para vender à beira da estrada, desde um simples cacho de bananas, a uma (sim, uma) garrafa de água, ou uma garrafa de 1,5l de gasóleo.
Os mercados assim formados chegam a ser fascinantes, com todas as suas cores e movimento.
O "dedo" a querer fotografar tudo. Todos os pequenos pormenores.
Mas à medida que se vai passando é melhor não pensar muito nas condições em que estas gentes vivem...



Depois dos tais cerca de 30 km a paisagem muda radicalmente.
Em vez de casas de tijolo de cimento e telhados de zinco passa a ver-se cactos, embondeiros e terra vermelha.
Pena o dia nublado que se fez sentir (a previsão que tinha visto na net dava mesmo chuva para este dia...), a impôr um horizonte demasiado curto.
Na fotografia seguinte, ao longe, a definir a baía da Corimba, avistava-se a ilha do Mussulo: o parque de férias do pessoal endinheirado e, também, por aquilo que percebi ao ler umas coisas em vários sites, destino de férias de alguns portugueses.


Começava também a avistar-se os primeiros quimbos ( aldeias antigas, da população africana pré-colonização), de madeira ou tijolo de adobe, com telhados de palha seca.


A cerca de 3 km da linha de costa e já muito próximo do meio da viagem, aparece um desvio para o Miradouro da Lua.
É uma das paisagens naturais mais arrebatadoras que se pode encontrar por Angola.
A erosão da arriba, composta por diferentes tipos de solo, cria umas formações próximas das estalagmites, esteticamente muito curiosas. Estas agulhas apontadas para o céu prolongam-se por quilómetros e quilómetros, até perder de vista.
Em cima, o vermelho predomina. A meio, um material que, devendo ser sal, cristaliza os topos destas torres. Em baixo, estendendo-se até ao mar, a terra amarela acumulada em dunas e crateras dá-lhe um aspecto de paisagem lunar.
As vistas aqui são tão largas que as fotografias não conseguem transmitir a verdadeira dimensão do que por lá se observa.
Fica a tentativa...



A portagem da ponte sobre o rio Cuanza.
Ou Quanza? Ou Kwanza? Ou...
É verdade, a língua portuguesa é muito traiçoeira, mas quando misturada com África... é para esquecer!
Se a moeda angolana tem o nome do maior rio que nasce e desagua em Angola, e está escrito "Kwanza" nas notas, porque é que na tabuleta à passagem sobre o rio tem escrito "Cuanza"?
E ainda há quem esteja contra a uniformização da nossa língua...

Ah, a portagem, dizia eu. A única do país, para a ponte que atravessa a barra do rio.
Mas será pela ponte ou pela entrada no Parque Nacional da Quissama?
E será Quissama ou Kissama?... ou Quiçama? ou...
:-)

Deixo o parque da Quissama para mais tarde e chego directamente às praias de Cabo Ledo.

Quando estou a escrever estes "verdadeiros documentários" costumo sempre investigar sobre os vários locais por onde passei e Cabo Ledo é um dos locais com menos consenso que já vi.
Se por um lado é nitidamente um belo sítio para descansar e passar um fim-de-semana à beira-mar, por outro, há quem não compreenda esta maravilha:
É difícil de lá chegar, por uma das mais perigosas estradas por onde andei (até então...); os últimos quilómetros são feitos em picada de terra; para entrar na zona dos restaurantes só pagando; é preciso esperar quase duas horas pela refeição; para o outro lado dos restaurantes tem os tabuleiros dos mal-cheirosos peixes a secar... Enfim!
Mas quando lá se chega... ah, que maravilha!
A fresca da Cuca na mesa, acompanhada pelos belos dos amendoins e, já agora, por boa companhia.
Esquece-se tudo o resto!



A calma reinava.
Sendo "inverno" estava "frio". Pelo menos assim nos era dito.
Neste dia estava mesmo nublado, o que não permitiu, durante todo o dia,  que o sol aparecesse, mas, para nós, não estava frio.
24 ºC não é, nem nunca será, frio! ;-)
Como o sol, os surfistas de Cabo Ledo não apareceram, deixando os guarda-sóis à deriva...


Termino esta "metade" do dia, o #2.1, com as mini-damas.
Cinco meninas que brincavam tranquilamente na praia e que atraíram de sobremaneira o olhar da lente, talvez pelo efeito colorido e animado que prestavam àquele ambiente.
Por esta altura já tinha percebido o quão difícil era de tirar fotografias aos locais, mesmo a crianças, por isso aproveitei a oportunidade.
;-)




07 setembro 2010

Angola - #1

Início da história da visita à terra "dus mininu". 
Aos Angola.

Não sendo um destino tradicional de férias, porquê então Angola?
É o que dá estar casado com uma "africana de segunda", uma "falsa preta", que não conhecia a sua terra natal.
Aproveitando as circunstâncias actuais, extraordinariamente favoráveis por diversos factores, o período principal de férias deste ano foi dedicado à visita dos locais percorridos pela Mónica enquanto bébézinha.

Como em anos anteriores, vou tentar transmitir fotograficamente a viagem, acompanhando com os relatos  e pensamentos que me forem surgindo.
Afinal, já lá vai um mês inteirinho desde que levantamos voo do Porto...

À chegada à capital, Luanda, o impacto não foi tão grande quanto esperava.
Às 7 da manhã, e em plena época de cacimbo, o ar estava fresco, a rondar os 20 ºC.
O aeroporto, novo e muito arranjadinho, esperava-nos com todos os procedimentos de segurança necessários à entrada de estrangeiros. Nada de anormal...
Nada como quando aterrei em Cabo Verde, onde o calor intenso e húmido, juntamente com uns aromas "estranhos", africanos, causaram em mim um choque imediato. Aqui, nada!

Bem..., nada..., também não foi bem assim.
Havia um sentido, o da visão, que começou a captar, mal saímos do aeroporto, uns tons e uns ambientes diferentes de tudo o que me era habitual.
A neblina matinal provoca em Luanda uma atmosfera dourada e única, mesmo em território angolano.
Na viagem de carro até ao hotel, conduzidos pelo nosso anfitrião, o pai da Mónica, já fomos dando "umas voltas".
Aquilo que se vê, que chama mais a atenção, é o enorme aglomerado de pessoas nas ruas e acessos principais, a maioria, aparentemente, sem nada fazer.

Mas foi Agostinho Neto, um dos principais elementos no processo de independência de Angola, quem nos fez a recepção mais exuberante.
De braço no ar, parecia que nos conhecia de longe. ;-)
Ali, no largo 1º de Maio, junto à praça da Independência.



Sem entrar ainda numa descrição sobre a população e seus hábitos, não consigo deixar de referir um dos aspectos visuais mais comum a todos os países menos desenvolvidos: a enorme quantidade e dispersão de  aparelhos de ar-condicionado e, principalmente, de antenas parabólicas.
Por todo o lado se vêm os discos brancos de captação televisiva, tanto em prédios de apartamentos como nos próprios bairros mais pobres, de telhado de folha de zinco.


Oito e meia da manhã.
Um vislumbrar matinal e nebuloso da cena mais icónica de Luanda, e mesmo de Angola: a marginal da baía.
Embora haja sempre alguma alteração de cor que possa ser atribuída ao próprio registo da imagem (e, claro, ao própio monitor em que se está a visualizar), posso garantir que os tons presenciados ao vivo eram mesmo assim: dourados, dispersos.
Feita em movimento, do interior do carro (como a maioria das fotos feitas lá...), foi pena o espelho ter cortado o reflexo do sol no tapete de asfalto.
Ainda assim, gosto muito desta imagem!



E agora vista de cima, do 15º andar do Meridien lá do sítio (já vista de noite).
Com o sol de costas já se consegue ter uma noção diferente das cores reais.
Mas às vezes era melhor nem as ver muito bem...
Aquelas manchas claras na água, no canto inferior direito da imagem, são de origem pouco recomendáveis ou duvidosas.
São de esgoto mesmo!


E como no segundo post sobre esta ex-bela ex-colónia portuguesa ainda não quero entrar "por aí", volto a virar-me de costas e olho novamente para nordeste, para o sol "cacimbado".
O largo 4 de Fevereiro e a fachada do edifício principal do porto de mar.
Visto de cima, e ainda por cima sendo a um sábado, esta imagem tem um aspecto tão tranquilo!...


Mas para se conhecer o país não se pode permanecer no quarto mais alto, da torre mais alta, do castelo mais alto... da capital.
(de onde é que teria saído isto? ;-)
Há que sair!
O hotel está em obras, assim como toda a cidade, mas continua a ser mais um ícone de Luanda.
É antigo, do tempo em que Angola era uma das mais produtivas colónias portuguesas, e simultanea e inexplicavelmente... moderno.
Está localizado na extremidade de uma longa avenida, a 4 de Fevereiro, e que num futuro próximo será também larga. Muito larga, como já se percebe pelos assoreamentos que foram feitos mesmo em frente ao hotel... e pelo desenho que existe no lobby do hotel.


Na pontinha...
Na extremidade da ilha do Cabo, no seu ponto mais a norte, a água do Atlântico já não está tão conspurcada. Pelo contrário, à vista, a água está mesmo transparente e o fundo baixo, de areia, dá-lhe um aspecto tropical. Verde claro.
O ambiente é descontraído, com a presença de algumas vendedoras de jinguba (amendoim), pescadores e... plataformas de petróleo. Nada de muito anormal!...


E para comer? Bem, para isso há os restaurantes, né... ;-)
Em todo o tempo que permaneci em Angola foram raros os dias em que as refeições não foram feitas em restaurante.
A maioria dos Luandenses almoçam... não sei muito bem como, embora imagine que na própria rua, adquirindo os alimentos, cozinhados ou crus, às quintandeiras existentes em quase todos os cantos e esquinas.
O problema é que os alimentos vendidos na beira dos passeios não são propriamente de confiança dado o estado de limpeza, ou falta dela, que "exala" por todos os poros da cidade...
Assim, a opção recai mesmo em fazer as refeições nos restaurantes frequentados pela parcela da população mais endinheirada. Acontece é que a relação de valores não é propriamente a mesma que existe em Portugal...
O resultado é que uma refeição para quatro pessoas por menos de 10 mil kuanzas (cerca de 83 euros) é muito difícil de encontrar... mesmo que seja uma simples piza com cerveja e café.
Mas as vistas compensam!





Mais uma ronda pela cidade e o respectivo registo de alguns dos pontos mais notáveis.
A qualidade das fotos, tiradas do carro em movimento, não permite fazer uma grande selecção para a publicação, mas ficam aqui algumas.

A igreja da Nossa Senhora dos Remédios, antiga Sé Catedral de Angola e Congo, erigida em 1655 (pelo menos é o que está escrito na placa sobre a porta de entrada ;-)


A rua da Missão, uma larga avenida, das mais arranjadinhas da zona central, ou baixa, de Luanda.
Lá em cima, à esquerda, mais um hotel de 4 stars, o Trópico, que, pelas fotos de apresentação do respectivo site, tem muito bom aspecto.


Cuca. A cerveja. A boa cerveja.
Devo ter bebido uma grade inteira dela naqueles dias.
Leve, saborosa, muito do género da "minha" Super Bock.
Já a tinha provado por cá, mas lá sabia... bem!
A foto, mesmo com os mosquitos esborrachados no vidro da frente, ao longe, com taipais de obras à frente, tinha que constar deste registo.
;-))


A ideia da foto seguinte, como a da grande maioria delas, foi o de registar o ambiente, as casas, enfim, a envolvente da cidade.
O prédio era muito interessante, mas o que acabou de ficar também registado na imagem (e que não consegui reproduzir mais próximo) ainda era mais interessante para mim: uma Transalp branca, estacionada junto ao triângulo de um entroncamento.
Na altura ainda não tinha reparado, mas a polícia (ou melhor, uma das polícias...) circulava de Transalp. O modelo mais recente.
Não consegui tirar outra mais próxima pois... por lá não se tiram fotografias com a polícia à vista, muito menos a eles próprios.


A vista de Miramar.
Do alto, da rua do Almirante Azevedo Coutinho, para a baía, com o sol de frente.
Seriam umas quatro e meia da tarde e para o pôr do sol já não faltava muito. Em Agosto, entre as seis e as seis e um quarto faz-se noite. Escura.
Tipo interruptor. Ainda agora era dia... e agora já é noite. ;-)
A proximidade ao equador tem destes fenómenos, não existentes aqui por Portugal...


Para terminar este já longuíssimo post, o registo das vistas do apartamento do pai da Mónica, na rua Joaquim Kapango, onde fiquei por três noites.
Um final da tarde típico da estação seca, do cacimbo.
Lá está, seriam umas 6:15 na primeira, para a traseira do apartamento, e umas 6:20 na segunda, para a frente do mesmo.
Gosto particularmente dos tons vermelhos, já depois do sol desaparecer, criados pela neblina e captados com um WB para tempo nublado.



E se isto foi apenas o primeiro dia, quero ver quantos meses vou demorar para terminar este crónica!...
Mas vou tentar...